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Brincadeira é coisa séria!

Brincando aprendemos a sonhar. Sonhando planejamos a vida.

Foi provavelmente com um pedaço de osso ou pedra lascada que o homem desenvolveu seu primeiro brinquedo. As brincadeiras propriamente ditas, surgiram bem antes.


Não se sabe ao certo porque aqueles primatas, em determinado momento, passaram a utilizar seus rústicos instrumentos de maneira lúdica, sem um objetivo definido, apenas para se divertir. Também não sabemos se isso aconteceu porque a inteligência, neles já se manifestava, ou se foi essa prática que interferiu na evolução, tornando alguns mais aptos a sonhar, a abstrair, a planejar. O que se sabe é que atos estranhos, como riscar as rochas com uma ponta de pedra sem a pretensão de arrumar alimento ou se proteger, geraram as artes, uma das pouquíssimas coisas que nos diferem dos outros primatas.


Quando o homem dominou o fogo muita coisa mudou na sua vida, entre elas a possibilidade de desenvolver alguma atividade durante a noite. Os homens se preocupavam em restaurar as peças danificadas na árdua luta pela sobrevivência ou simplesmente contemplavam as chamas. Os mais novos, desde aquele tempo, não estavam tão preocupados assim. Esta foi a nossa sorte.


Os brinquedos e brincadeiras sempre permitiram, a todos nós, sonhar no plano concreto. Mais do que asas, eles dão pés à nossa imaginação. Ver uma criança brincando

é ver um filhote humano se preparando para raciocinar, treinando o maior poder que a natureza já concedeu a um animal.


Todos nós, independentemente da idade, brincamos. Futebol, tênis, sinuca, dominó, arremesso de semente de melancia, enfim, isto faz parte da nossa vida como a água. O que difere um brinquedo educativo de qualquer outro não é a sua complexidade, mas a capacidade que ele tem de instigar a criatividade, esta virtude que, além de gerar coisas belas, sempre nos deu o prazer de superar problemas e dificuldades.


Sem desprezar os videogames, que de fato auxiliam no desenvolvimento da coordenação motora, ainda acredito que um punhado de argila e uma colher podem abrir mais caminhos na mente deste ser que, apesar dos pesares, continua sendo a obra-prima da natureza.

Almir V. Dias - fazedor de brinquedos, que por condição financeira 
na infância fez todos os seus, e não perdeu a mania até hoje.

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